quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Repúdio a prostituição é tema de trabalho acadêmico


Nu couché, Pablo Picasso, 1969
 Tadeu de Oliveira

A sociedade e seu repúdio a temas considerados tabus como a prostituição são tema do trabalho “A pesquisa acadêmica na sociedade dos tabus: desafios e recompensas da iniciação científica”, apresentado no último dia 3 no XII Congresso Científico da Universidade Potiguar pelos estudantes de Jornalismo Tadeu de Oliveira e de Publicidade e Propaganda Elnatana Barreto, ambos da UnP.

O trabalho analisa as atividades do projeto de pesquisa Natal, refúgio prazeroso do europeu do qual os estudantes participam, ele como voluntário, ela como bolsista, quanto à receptividade do tema na sociedade, partindo da leitura de base teórica, com prioridade para trabalhos que tratam sobre a construção social e conceitual acerca da prostituição, a reação dos colegas e familiares sobre a temática trabalhada, a eventual revisão de valores pessoais e a observação da receptividade do projeto nas novas mídias sociais.

Durante as atividades, Tadeu e Elnatana relatam terem percebido grande interesse das pessoas com relação ao tema, com acompanhando do blog e muitas congratulações pela proposta. Um interesse, porém, não ao todo explícito. “Quando perguntávamos o porquê delas não comentarem no blog do projeto ou o seguirem no twitter, a grande maioria desconversava, ficava até embaraçada. Vimos que apesar da sociedade atual ter um ‘espírito liberal’, persiste o preconceito mesmo naqueles que tentam escondê-lo.”

Os estudantes também discorreram sobre as dificuldades encontradas durante o projeto e o quanto ele ajuda na formação de uma nova consciência sobre o tema. Contam terem sofrido com o estigma atrelado ao tema, ainda que isso não os tenha abalado particularmente. E vivenciaram a experiência de serem confrontadas por uma representante das prostitutas, Maria da Paz, que cobrou em um debate aberto uma participação mais ativa das universidades junto às prostitutas, “não em um sistema de mosteiro medieval, dialogando consigo mesma como infelizmente ocorre”.

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