quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um texto para Frida

Fagner Melo

Hoje, desejo simplesmente não existir
O porquê não importa
Nada tem codificação quando se procura a escuridão.
 
Sonhos perdidos, desejos, desilusão,
dou de cara com o abismo
que reproduz ecos de exaustão
 
Posso sangrar inglório,
num líquido viscoso afogar ,
e no instinto humano  tragar toda minha aflição,
 
Ainda vivo na esperança
de caminhar com perseverança
de aceitar essa visceral degradação,
 
Me deixarás feliz
se prometar exaustivamente reproduzir nossa paixão
diga que posso ir...
não chore no caixão.
 
Frida não chore,
Frida não chore,
Frida não chore....
 

domingo, 26 de setembro de 2010

Efeitos estéticos da cirurgia íntima

Traumas oriundos da adolescência, vergonha de ter relações sexuais com a luz acesa ou simplesmente um volume que incomoda na hora de vestir roupas mais justas. Estes são alguns dos motivos que têm levado cada vez mais mulheres aos consultórios médicos em busca da cirurgia íntima.
Quando tomam a iniciativa de buscar a ajuda de um especialista, as mulheres descobrem que o bicho de sete cabeças, há algum tempo, já tem solução. Em um tempo em que elas estão cada vez mais independentes, não há espaço para tabus e preconceitos que limitem suas atividades e momentos de intimidade.
No consultório, as queixas mais comuns são: tamanho dos pequenos ou grandes lábios vaginais, escurecimento da mucosa e volume do monte pubiano (ou "monte de Vênus"). Já a faixa etária pode variar de 15 a 50 anos, ou seja, o período de vida sexualmente ativa. No entanto, não há uma idade certa, somente o médico pode avaliar a situação e verificar a possibilidade e necessidade de realizar a cirurgia.
Existe uma série de procedimentos que podem ser feitos ou associados, de acordo com cada diagnóstico. Entre eles: labioplastia (redução ou redefinição dos lábios vaginais), lipoaspiração, clareamento, estreitamento do canal vaginal e himenoplastia (reconstituição do hímen).
Relativamente simples, as cirurgias íntimas costumam ser pouco dolorosas, permitem uma recuperação tranquila e, geralmente, em uma semana a paciente pode voltar às atividades normais, até mesmo sexuais.
Os resultados podem ser percebidos não só no que diz respeito à estética. Para muitas mulheres significa um recomeço, a retomada da feminilidade e da vaidade, que são fundamentais para a auto-estima e para uma vida sexual sadia.

Fonte: Cirurgião Plástico Luis Pinotti (SP)
Twitter @drluispinotti

domingo, 19 de setembro de 2010

A arte de pesquisar...o universo da sexualidade

 
Tadeu Oliveira                                                         


O livro De perto ninguém é normal, da antropóloga carioca Mirian Goldenberg é um bom exemplo de como uma pesquisa acadêmica deve ser realizada. Publicado em 2004, a obra é um estudo sobre corpo, sexualidade, gênero e desvio na cultura brasileira.

Devido à concisão, precisão e clareza dos textos da autora, ele merece um tratamento especial para cada capítulo. É o que será feito a partir de agora. Não é todo dia que se encontra um livro baseado em uma pesquisa acadêmica que não seja chato, pretensioso e não cheire a mofo.                                                                                        
Na apresentação do livro, Goldenberg revela detalhes do trabalho de um pesquisador. A autora cita como exemplo as atividades que desempenhou na coleta de dados para ele:

“Utilizo milhares de questionários aplicados em indivíduos das camadas médias urbanas cariocas para discutir determinados modelos de corpo e novas formas de conjugalidade, observo a telenovela e matérias da mídia impressa para compreender as representações de família existentes, analiso trajetórias de militantes políticos e líderes guerrilheiros para comparar os papéis considerados masculinos e femininos em nossa cultura”.(p.9)

No primeiro capítulo, A conversão do pesquisador, a autora discorre sobre a responsabilidade e os dilemas que o pesquisador enfrenta na escolha do tema a ser trabalhado. Ela toma como exemplo os procedimentos na construção de outra pesquisa sua que gerou livro, A Outra: estudos antropológicos sobre a identidade da amante do homem casado: “O estigma do tema escolhido recai também sobre o pesquisador que se interessa por ele”. (p.18)

Em seguida, relata a impressão da sociedade diante da escolha. Mirian revela que todos a perguntavam se ela foi ou é a outra e até mesmo se sofreu ou sofre por seu marido ter outra. Na primeira matéria divulgada sobre o livro, a repórter do Jornal do Brasil teve a preocupação de não misturar o tema da pesquisa com a personalidade da autora: “É um trabalho que pode ajudar a compreender as relações familiares no Brasil, diz Mirian, com a tranqüilidade de quem, aos 33 anos, não é a outra de ninguém”. (p.19)

A citação de Mary Douglas na obra é perfeita: “A poluição transmite perigo pelo contato”. (p:19). Depois, a autora elucida sobre as atitudes assépticas de grande parte da sociedade diante de temas pouco usuais: “O simples contato com um tema impuro, como o adultério, ou com pessoas em “posições intersticiais, anti-sociais, desaprovadas” pode provocar reações semelhantes àquelas inquietações provocadas pela sujeira, pela ambigüidade ou pela anormalidade”. (p.19).

Nem por isso Mirian abandonou o tema: “Posso dizer que, a partir de então, construí uma “carreira” nas ciências sociais, estudando temas percebidos como socialmente desviantes ou estigmatizados.”(p.19) Apesar de tanta desconfiança e “censura branda” de parte da sociedade, a autora conseguiu a recompensa por seu trabalho. Um novo perfil destas mulheres foi retratado:

“(...) ao analisar os discursos de oito amantes de homens casados, das camadas médias urbanas, ser a Outra não torna essas mulheres diferentes das de sua geração e meio social. Elas são modernas, intelectualizadas, independentes, e vivem uma experiência amorosa repleta de conflitos e contradições, que podem existir em mulheres que jamais foram amantes de homens casados. Que não são mulheres malignas, perigosas, fatais ou ameaçadoras, como frequentemente representadas.”(pp. 17,18)


Mirian Goldenberg também enfrentou dilemas quanto a outro trabalho de pesquisa que desenvolveu, Toda mulher é meio Leila Diniz, a trajetória da atriz que ruborizou a ala conservadora do país em plena ditadura militar:

“Ser ou não ser nativo, identificar-me ou não com o comportamento da atriz, sentir-me vivendo seus dramas e alegrias, aprender com ela determinadas atitudes passaram a ser questões da pesquisa”.(p.22)

Como percalços existem desde que o nada virou tudo, não seria diferente desta vez. Mirian teve dúvida se escreveria sobre quantos parceiros sexuais Leila Diniz teve durante sua vida ou não. Em conversa com o orientador Afrânio Raul Garcia Júnior, ela percebeu que, ao cortar depoimentos a respeito disso, estaria autocensurando dados da pesquisa. Então, o orientador perguntou se os irmãos de Leila queriam que tais informações fossem omitidas. Mirian não pensou duas vezes:

“Enviei, então, a tese aos quatro irmãos e, para minha surpresa, eles não exigiram nenhuma mudança no texto final. Alguns poucos palavrões foram cortados e uma das irmãs pediu que eu tirasse o número de parceiros sexuais que disse ter tido ao longo de sua vida e deixasse apenas: “Eu não sei com quantos homens transei na vida, mas foram muitos, não dá nem pra contar”. Meu orientador concluiu, então, que eu iria censurar algo que os próprios irmãos queriam falar para talvez ajudar a compreender que a trajetória de Leila Diniz não correspondia àquela do mito construído pelos livros, filmes e matérias publicadas na imprensa”.(p.24)

Mais uma vez, a pesquisa rendeu uma nova perspectiva sobre o tema estudado:

“Estudar a trajetória de Leila Diniz significou compreender como foi construído um mito em torno de sua figura, mas também entrar em contato com sua vida íntima, familiar, por meio da leitura de seus diários e de entrevistas com seus quatro irmãos, tios, primos e psicanalista”.(p.22)

“Acredito que mostrar o “não-dito” nestas narrativas, os silêncios, as lacunas, se fez necessário para humanizar esta mulher que se tornou tão marcante em nossa história recente”. (p.25)

A seguir, uma citação “bíblica”:

“(...) As pesquisas que realizo e oriento demonstram que compreender melhor o outro ajuda não só a compreender melhor a nós mesmos mas também a revelar aspectos obscuros, ocultos, silenciados de nossas próprias vidas e da cultura na qual estamos inseridos. Subjetividade e objetividade estão sendo transformadas, reinventadas, explicitadas em nossas pesquisas”(p.31)

Sem mais definições ou julgamentos. Quem quiser saber algo a mais sobre Mirian e seus livros, PESQUISE! Se tiver preguiça, aguarde o próximo “texto torto”.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fantasias de Antonio

Stella Galvão

Antonio era um homem recém-entrado naquele terreno pantanoso da meia-idade, ainda alheio e um tanto aflito com o que estava por vir, especialmente no quesito virilidade. Tremia diante da simples possibilidade de não fazer jus àquilo que uma mulher, ou a maioria delas, espera de um varão em horas íntimas. Não que já tivesse contabilizado falhas. Mas tinha uma história de um primo obrigado a usar uma espécie de recauchutador para pneus, sem sucesso. Ou do avô que entrou em depressão profunda após fazer ouvidos moucos aolhar interessado de uma matrona.

Solteiro novamente, ocorreu dele topar com meia dúzia de amazonas de espírito aguerrido e humor volátil. Ele foi como que cooptado, sugado, incorporado ao grupo. Não se tratava apenas de um concentrado de estrógenos em corpos femininos. Era uma auto-intitulada reunião de órfãs transitórias de testosterona. Exposto à sanha daquele mulherio ávido por contatos com o sexo oposto, Antonio foi tomado de súbita perplexidade.

Único varão num grupo tão vasto, atraente e sequioso, o moço titubeava, atravessava os períodos, cortava a fundo as orações, atropelava os parágrafos. As moçoilas não lhe davam trégua, com olhos flamejantes voltados na direção daquele que havia irrompido. Ele já se sentia como um cordeirinho prestes a ser imolado, ou a picanha prestes a girar na churrasqueira lotada de carvão em brasa pura. Calhou de ser ele, Antonio, o prato do dia.

O copo que recebia os lábios finos do moço era mordiscado com sofreguidão, o simples caminhar por entre as mesas sugeria uma intimidade crescente em um singelo roçar de dedos, suas poucas palavras, por vezes balbuciadas, eram rapidamente digeridas. A idéia de ser dilacerado por tantas seguidoras da deusa Diana não chegava a flagelar Antonio, mas ele vacilou diante de tanta facilidade, a porta aberta para a escolha – na verdade só faltava ter início o banquete tendo ele por iguaria.
Uma das moças desejosas do contato com as partes masculinas tomou a iniciativa de pescar o indefeso rapaz naquele mar de estrógenos. Lá se foram, a pretexto dela tomar o bonde que não tardaria a passar. Saíram em trote harmônico, avançando na vastidão da noite. Eram apenas dois seres numa madrugada que parecia se fazer fria.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Livro expõe prostíbulos do centro paulistano


Sexo rápido, sujo e barato em vielas e prédios das ruas mais obscuras do Centro de São Paulo. Durante seis meses de 2009, quatro estudantes de jornalismo investigaram o que acontece nos prostíbulos da chamada “área trash” da cidade. Gustavo Pinchiaro, Luciano Costa, Renan Rodrigues e Ricardo Casarin visitaram mais de 15 locais citados num site que classifica as casas de prostituição e as profissionais de diversas cidades do país para produzir o livro Glamour e boca do lixo – histórias da prostituição no centro de São Paulo (Editora Multifoco, R$ 30).

O roteiro do sexo pelo Centro é retratado com descrições de cada uma das casas, conversas com clientes dos locais e perfis de prostitutas. Após cada visita, uma ficha sobre o lugar era preenchida, sendo o lugar mais barato um local em Guaianazes onde o cliente paga R$ 10 por 10 minutos com uma mulher.

Segundo os autores, um dos episódios mais marcantes foi observar um rapaz que, como eles, conversava com todas as mulheres no Parque da Luz. “Nesse momento ficamos confusos, sem saber quais das mulheres eram prostitutas. O cara tinha se apaixonado por uma menina e estava perguntando por ela para todo mundo”, conta Luciano.

Um dos lugares mais polêmicos é o casarão conhecido como “69”, na Rua dos Andrades. “Ouvimos pais de amigos falando que já tinham ido a esses lugares. ”Você entra numa casa e estão fazendo sexo no salão, na parede”, diz Luciano. “Tem de tudo, desde povão até molecada que tem dinheiro.” A prostituição na região central é retratada por personagens de cada década a partir dos anos 70. “Uma das coisas que mais nos chamou atenção é que hoje tem mais lugares, está mais fácil, dá para achar na internet e ir lá. Antigamente era uma coisa para iniciados”, diz Luciano.

Leia um trecho do livro:
“Não sou garota de programa, não. Sou puta. P U T A, pode falar assim, que eu acho melhor”. Diana é direta. Nascida em Cruz das Almas, cidade próxima de Feira de Santana, na Bahia, chegou em São Paulo com dezesseis anos, trazida pela mãe. Tem poucas lembranças do pai. Sabe que ele foi assassinado. Depois de mais uma discussão com a mãe, decidiu ir morar sozinha. Sem emprego, sem planos, sem dinheiro.

Uma amiga, então, revelou que estava trabalhando como garota de programa no centro. E ganhando bem. Diana ficou tentada e acabou indo conhecer o trabalho da amiga em uma boate da rua Aurora. Acabou ficando por lá. “Que mulher que começa nessa vida vai querer depois ir trabalhar por 400, 500 reais? Deixar de comprar bolsa, roupa, celular? Só para quando fica velha, muito feia. E algumas não param nem assim, né”.

Blog centroavante - Época SP/Set 10

domingo, 12 de setembro de 2010

Brinquedinhos a domicílio



Stella Galvão

Maura ganhava a vida atrás de um balcão de bar em uma cidade litorânea muito visitada por estrangeiros em busca de diversão. Sol, mar, drinques, frutos do mar e garotas. Tudo over, como manda um lugarejo onde o termômetro, viciado, teima em raramente deixar a casa dos 30 graus Celsius. Cansada daquela vida noturna e já beirando a quarta década de vida, Maura começou a fazer um bico vendendo brinquedinhos eróticos a domicílio.

Esperta, fez uma pesquisa entre sua clientela potencial para conhecer as preferências. Descobriu que artefatos que habitam a imaginação quando se fala em sex shop são o que pesam menos, especialmente quando o casal é formado por ele e ela. Nada de instrumento masculino de dimensões intensamente fálicas, mas uma coisa mais básica, por assim dizer.

O grande campeão de vendas revelou-se um item mimosamente classificado em cosméticos na grande prateleira do prazer. O adstringente em gel vaginal tem o condão, contou a vendedora, de transformar genitálias femininas com certa quilometragem em quase marinheiras de primeira viagem. Realmente, os folhetos fazem uma promessa fabulosa: Sensação de virgindade momentânea! Faça de todas as vezes a primeira! O gel, foi possível averiguar, é item obrigatório na necessarie de qualquer garota de programa que se preze.

Da relação de produtos campeões, inscrevem-se também as bolinhas explosivas. Estouradas na região do baixo ventre, elas auxiliam a lubrificação e ainda liberam um perfume agradável para encantar os empenhados em exploração bucal. Há ainda na lista de cosméticos o hot gel excitante, que esquenta áreas e age como estimulante.

Profissional, Maura experimenta todos os itens antes de indicar à clientela que só cresce. “O gel apertador, por exemplo, funciona melhor se for aplicado 5 a 10 minutos antes. Da cópula, evidentemente. Ela voltou à zona dos bares mais procurada pelos amantes das delícias carnais, onde já desponta a preferência por vibradores com dimensões respeitáveis. O cartãozinho para entrega a domicílio, porém, só é distribuído depois de muita confabulação..

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sexo x Política é destaque em jornal inglês

'Bordel', parte de uma série da pintora Tereza Costa Rêgo
Deu no dia 4 de setembro no Sunday Mirror, um jornal consumido por quase um milhão de leitores do Reino Unido , dia 4 de setembro, conforme relato do jornalista Ivan Lessa. Um recém-eleito parlamentar (equivalente aos deputados federais brasileiros), Mike Weatherley, de 53 anos, é casado com uma brasileira, chamada Carla, que há cerca de dois meses foi inclusive fotografada ao lado do marido na Câmara dos Comuns (equivalente ao Congresso Nacional).

A reportagem assinada por Mike Payne informa ter descoberto que Carla trabalha em três bordéis. Weatherley conheceu Carla há 10 anos, durante uma viagem de negócios ao Rio de Janeiro. Segundo o jornalista britânico, Carla, à época, já exercia "a mais antiga das profissões". Casaram-se e Weatherley chegou a comprar um apartamento para Carla no bairro de Copacabana. Em 2003, o casal legalizou sua situação em Brighton, no condado de East Sussex: marido e mulher.

Agora, em fevereiro deste ano, o repórter Mike Payne, munido de dados fornecidos por uma fonte anônima, visitou uma casa de massagem no sul de Londres. Lá, Carla praticamente ofereceu um menu com uma lista do que ela poderia fornecer àquele que ela acreditava ser apenas mais um cliente. Para ele, Carla fez um striptease e contou atender em outras duas casas. O repórter informou que Carla cobra 30 libras (80 reais) pelo "alívio" manual, 40 por sexo oral, com camisinha, seguido de sexo completo, sempre de camisinha, por 70 libras (190 reais).

O deputado Mike Weatherley, ciente das informações colhidas pelo repórter, se disse chocado e informou que havia se separado de Carla no último mês de fevereiro. Também se disse chocado com a revelação e até agradeceu. Ao que Ivan Lessa comentou, em tom escrachadamente irônico: "Terá Mike Payne dito 'Não tem de quê, deputado'? Carla disputará uma vaga no Parlamento britânico? No Congresso brasileiro? Só o tempo e o Sunday Mirror dirão."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que está em alta em matéria de sexo


Os códigos de comportamento sexual estão sempre mudando e passam a seguir novos modismos. Segue uma lista do que está em alta em 2010.
Sex shop: parada obrigatória
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Mercado Erótico (Abeme), as sex shops crescem 13% ao ano. Parece que o que era tabu agora virou moda. Para Fernanda Pauliv, palestrante de artes sensuais e técnicas sexuais, isso se deve muito ao fato da mulher estar mais bem resolvida com a sua sexualidade e se permitir ousar em busca do prazer. Além disso, as lojas mudaram também seus layouts e sua forma de atendimento. Ana Maria Faro, da butique erótica Revelateurs, diz que a mulheres e os casais entram com mais freqüência, perguntam, tiram dúvidas e compram. “Quem não se sente seguro para entrar numa sex shop têm a opção de comprar pela internet. O mercado virtual também se encontra em franco crescimento”, diz Maria Luiza Cruvinel Moretti, sexóloga e terapeuta de casal.
Cursos de artes sensuais
Hoje em dia, maneiras de se especializar nas artes eróticas não faltam. Há cursos para aprender (ou aprimorar) as técnicas de strip-tease, massagem sensual, dança do colo, pompoarismo e até sexo oral. Cada vez mais as “salas de aula” estão lotadas. “Para mim, é uma forma de conhecer novas técnicas de dar e receber prazer, de inovar, de mudar a rotina dos relacionamentos de uma forma divertida e, ao mesmo tempo, muito discreta, já que é um grupo de pessoas desconhecidas que não sabem absolutamente nada de sua vida”, opina a empresária Ana Maria Faro.
Vibrador: você ainda vai usar um
Graças às protagonistas liberais da séria norte-americana Sex and the City, é cada vez maior o número de mulheres que usa vibradores. Estão mais interessadas em conhecer as novidades, as novas tecnologias. “A grande maioria usa como uma forma de descobrir novas formas de prazer. E isso pode ser a dois ou sozinha”, diz Ana Maria Faro, da Revelateurs. Os modelos mais comprados são os que têm formas diferentes – principalmente de bichinhos fofos, como coelhinhos e golfinhos, e que estimulam mais de um ponto, por exemplo, os que possuem estimulador clitoriano. Segundo os especialistas, os homens também têm deixado de encarar o brinquedo como um “rival” ou “substituto” e encontrado maneiras de utilizá-lo para proporcionar novas sensações às parceiras.
Chá de lingerie: moderno e útil
Esqueça jogos de fondue, copos coloridos, kits para vinhos e outros artigos parecidos. Em vez de planejar um chá-bar com os amigos para equipar a casa, as moças casadoiras modernas querem mais é montar uma bela coleção de peças íntimas. No chá de lingerie, o objetivo é agradar o casal. Como o estilo pin-up e a renda estão na moda, vale a pena incrementar o closet erótico com corsets, ligas, meias 7/8, camisolas de seda. “Aquela chatice do passado, em que a noiva ganhava objetos para cozinha e saía pintada e descabelada, não faz mais a cabeça de muitas mulheres”, fala Fernanda Pauliv.
Voyeurismo e exibicionismo
Em tempos de internet, todo cuidado é pouco. Gravar com filmadora ou celular aquela transa selvagem pode parecer uma ideia mais incrível. Depois, pode virar uma dor de cabeça e tanto. A própria internet volta e meia propaga notícias de cenas de sexo real (até entre adolescentes) que foram parar no YouTube ou em sites de relacionamento. “Após um rompimento complicado, esse material vira uma arma na mão de quem está ferido e com muita raiva”, alerta Adriana Grannah.
Baladas picantes
Vários casais, principalmente nas metrópoles, têm procurado diversão em baladas mais quentes - casas de swing ou de fetiche por pés, por exemplo. Mesmo sem participar das brincadeiras, observar esses universos vem servindo de combustível (e inspiração) para animar homens e mulheres mais curiosos. Segundo Fernanda Pauliv, do Joanah Pink Centro Integrado da Mulher, o crescente interesse por essas casas ou festas deve-se à inúmera oferta de novidades e à disposição do mundo cada vez mais ao alcance das mãos (graças à internet, TV a cabo etc.). A sexóloga Maria Luiza Cruvinel acredita que como nessas baladas o foco está no desejo e no sexo por prazer, presenciar uma sucessão de atos sensuais pode servir de combustão para o casal.
Motel ‘parque de diversões’
A onda, agora, é curtir os quartos com decorações inusitadas. Os temas são bem variados: vão desde selva, oriental e sadomasô. “Esses motéis alimentam as fantasias dos casais. Poder aproveitar uma noite de amor num cenário diferente e, muitas vezes, vivendo personagens diferentes, pode ser o gatilho para esquentar o clima”, diz Fernanda Pauliv. De acordo com a médica e estudiosa da sexualidade Cibele Fabichak, as fantasias geralmente aparecem de maneira casual, mas muitas vezes os nossos cinco sentidos (visão, olfato, tato, audição e paladar) são os ‘gatilhos’ para começar uma fantasia erótica.

*Heloísa Noronha/UOL

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espanha investe contra prostituição masculina

A prostituição na Espanha está repleta de brasileiros dos dois lados. Do lado de quem explora e de quem é explorado. Antes se falava só do tráfico de mulheres relacionado ao comércio do sexo. Agora, com a desarticulação, pela Polícia espanhola, de uma rede de prostituição masculina, soube-se que também há homens enganados e semi-escravizados.

Organizações não governamentais que trabalham com garotos de programa em Madri dizem que mais da metade deles é de brasileiros. Entre os latino-americanos também há colombianos, hondurenhos e mexicanos. Na Espanha também há muita prostituição masculina de marroquinos, argelinos e romenos. Com a crise econômica, vem aumentando a presença deespanhóis, alemães e italianos entre os anúncios de "escorts".

Marcos é um paulista de 22 anos que mora em Madri, e anuncia seus serviços sexuais pela internet. Diz que embora tenha vindo à Espanha enganado, hoje exerce voluntariamente a prostituição. Ele já chegou a ganhar 2 mil euros em um dia. Por isso, não abandona a prostituição. Se usa drogas com o cliente, o programa dura mais e é mais rentável.

Tráfico
No último dia de agosto, a polícia nacional espanhola prendeu 14 pessoas após a desarticulação da primeira rede de tráfico de homens na Espanha. A maioria das vítimas é procedente do Brasil.  A maior parte das detenções – oito – aconteceu em Palma de Mallorca, onde se estabelecia o quartel-general da organização. As outras prisões ocorreram em cidades como Barcelona e Madri, a capital espanhola.

"Os homens eram captados no Brasil e a organização fornecia a 'bolsa de viagem' e a passagem de avião, que era comprada com cartões clonados", informa o comunicado da polícia. A maioria das vítimas vinha por conexões com outros países antes de chegar à Espanha. Segundo a polícia, os brasileiros eram iludidos com a promessa de que precisariam apenas arcar com os custos da viagem do Brasil à Europa. Os jovens eram obrigados a entregar ao responsável pela rede 50% dos ganhos, além de 200 euros pelo alojamento e manutenção.A rede atraía clientes com anúncios nos classificados de jornais e sites na internet.

* O Globo e Agência AFP

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Núcleo Tirésias debaterá sexualidade



'Tiresias fala com Ulisses'
Johann Heinrich Füssli (1785)
No próximo dia  oito de setembro, será lançado para a comunidade acadêmica e externa o Núcleo Tirésias (Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Diversidade Sexual, Gênero e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN). Durante todo o dia, ocorrerão conferências, lançamentos, mostra de filmes e apresentações culturais. O Núcleo é coordenado pela professora Berenice Bento, doutora em Sociologia e autora do livro "A Reinvenção do Corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual".

A programação prevê o lançamento oficial do evento a partir das 9h, no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede da universidade, com mesa de abertura, lançamento da revista Bagoas e conferência com Beto Jesus, diretor da ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais. Às 14h, acontece, nos auditórios A e C do CCHLA, mostra de filmes e documentários seguidos de um debate das 17h30 às 18h30. Para encerrar o evento, no auditório da Escola de Música da UFRN, das 19h30 às 22h, haverá a apresentação do grupo Pau e Lata, do artista Arlindo Bezerra, com o espetáculo Flor Carnívora, e da Big Band Jerimun Jazz. O Núcleo conta com o apoio do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e do Bagoas – Estudos Gays, Gênero e Sexualidade.

TIRÉSIAS
Na mitologia grega, Tirésias é o adivinho cego cuja história está ligada a um debate em torno do prazer e da diversidade de gênero. Uma das versões do mito conta que, ao escalar um monte, Tirésias teria encontrado duas serpentes copulando e as teria separado, matando a fêmea. A consequência de seu ato foi tornar-se mulher. Sete anos mais tarde, a cena se repete e, ao separar as serpentes, mata o macho. Nessa ocasião, torna-se homem. Tirésias passa a ser aquele que possuía a experiência dos dois gêneros.
Tirésias é o portador de uma experiência que narra o destino, o futuro, mesmo que sejam trágicos. Tirésias é cego, mas somos nós que fechamos os olhos para o que ele diz. Tirésias não está morto.