quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espanha investe contra prostituição masculina

A prostituição na Espanha está repleta de brasileiros dos dois lados. Do lado de quem explora e de quem é explorado. Antes se falava só do tráfico de mulheres relacionado ao comércio do sexo. Agora, com a desarticulação, pela Polícia espanhola, de uma rede de prostituição masculina, soube-se que também há homens enganados e semi-escravizados.

Organizações não governamentais que trabalham com garotos de programa em Madri dizem que mais da metade deles é de brasileiros. Entre os latino-americanos também há colombianos, hondurenhos e mexicanos. Na Espanha também há muita prostituição masculina de marroquinos, argelinos e romenos. Com a crise econômica, vem aumentando a presença deespanhóis, alemães e italianos entre os anúncios de "escorts".

Marcos é um paulista de 22 anos que mora em Madri, e anuncia seus serviços sexuais pela internet. Diz que embora tenha vindo à Espanha enganado, hoje exerce voluntariamente a prostituição. Ele já chegou a ganhar 2 mil euros em um dia. Por isso, não abandona a prostituição. Se usa drogas com o cliente, o programa dura mais e é mais rentável.

Tráfico
No último dia de agosto, a polícia nacional espanhola prendeu 14 pessoas após a desarticulação da primeira rede de tráfico de homens na Espanha. A maioria das vítimas é procedente do Brasil.  A maior parte das detenções – oito – aconteceu em Palma de Mallorca, onde se estabelecia o quartel-general da organização. As outras prisões ocorreram em cidades como Barcelona e Madri, a capital espanhola.

"Os homens eram captados no Brasil e a organização fornecia a 'bolsa de viagem' e a passagem de avião, que era comprada com cartões clonados", informa o comunicado da polícia. A maioria das vítimas vinha por conexões com outros países antes de chegar à Espanha. Segundo a polícia, os brasileiros eram iludidos com a promessa de que precisariam apenas arcar com os custos da viagem do Brasil à Europa. Os jovens eram obrigados a entregar ao responsável pela rede 50% dos ganhos, além de 200 euros pelo alojamento e manutenção.A rede atraía clientes com anúncios nos classificados de jornais e sites na internet.

* O Globo e Agência AFP

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